quarta-feira, 17 de junho de 2009

Caroline Konzen Castro (PRODAEX).

Acho que posso relacionar o que aprendi sobre a semiose conteúdo e expressão com o que acontece com algumas alunas de dança. Entende-se que o conteúdo existe em imanencia até que seja manifestado pela junção deste com a expressão. Este conteúdo pode-se relacionar com o impulso lúdico que existe em cada um. A disposição lúdica é suscitada pelo belo, que é um estado de liberdade relativo ao mundo sensível humano. Nesse contexto, a dança como experiencia lúdica é um modo de existir.
Nas crianças o impulso lúdico está mais aflorado, pois elas ainda não foram “contaminadas” pelos tabus da sociedade. A medida que vamos crescendo a civilização corrompe nossa necessidade de expressão, fazendo com que o conteúdo exista dentro de cada um, muitas vezes sem coragem para se libertar. Por isso vejo muitas alunas com dificuldade de expressão quando dançam, pois embora possuam um sentimento forte e amem a dança, este sentimento fica “sem sentido” se não for libertado de dentro de cada uma. Se este sentimento não for verbalizado por meio da linguagem gestual expressiva temos o que se chama de “bailarina com cara de parede”. Parece engraçada a expressão, mas simboliza bem o sentimento “sentido!” mas “sem sentido” em que a bailarina toma para si o sentimento não conseguindo doá-lo ao externo.
Dessa forma, o objeto de estudo do ponto de vista da relação entre o conteúdo e expressão é o impulso lúdico para a dança. Para isso utilizei como base a teoria de Friedrich Schiller sobre o impulso lúdico assim como a teoria da semiótica francesa.