segunda-feira, 16 de março de 2009


Olá! Sou a Karol de Paula, participante do projeto de dança experimental da EEFFTO. Bem, gostaria de aproveitar este espaço para sugerir a vocês a leitura de um livro que eu acabei de ler, e que achei muito pertinente para todos os interessados no tema da expressividade. Este livro é do ator e diretor russo Constantin Stanilavski e se chama A construção da personagem. Mas não pensem que ele sirva apenas para atores. A sua abordagem profunda dos processos criativos é de interesse para toda a espécie humana!
Neste livro, Stanilavski, utilizando de uma estrutura romanesca, a partir de personagens fictícios, explicita os elementos para a formação de um Estado Criador Total. Através do hábito, do treino e do uso consciente da MENTE-VONTADE-SENTIMENTOS, o artista poderá trazer à tona o subconsciente (essência de todo potencial criativo) e dar corpo, voz e sentimentos autênticos ao papel.
Dentre as etapas de se viver um papel, o autor faz uma divisão entre dois aspectos: Estado Criador interno e Estado Criador Externo.
O meio de se buscar um estado interior envolve dentre outros, a imaginação e suas invenções, um senso de verdade, a memória afetiva, a sinceridade das emoções... O estado criador externo baseia-se por sua vez, no treinamento físico (através de danças, lutas, ginásticas), nos aspectos expressivos da voz, na plasticidade dos movimentos e outros. Todos esses elementos são detalhados ao longo do livro tanto no seu aspecto prático quanto teórico.
Dentre outros conceitos essenciais que Stanilavski aborda, estão o Superobjetivo (idéia central, essência de todo o trabalho criativo), a Linha Direta de Ação (espécie de seqüência fundamental de ações visando o superobjetivo), e o tempo-ritmo (uso de variações de tempo e ritmo para o despertar de estados interiores e sentimentos os mais diversos). Não caberia neste momento aprofundar nestes conceitos e tecer as suas relações. Mas fica então a dica de leitura!
Finalizo essa exposição com uma frase do Stanislavski que me parece bastante sóbria em relação ao fazer artístico:

Ame a arte em você e não você na arte!

Até mais!