quarta-feira, 17 de junho de 2009

Caroline Konzen Castro (PRODAEX).

Acho que posso relacionar o que aprendi sobre a semiose conteúdo e expressão com o que acontece com algumas alunas de dança. Entende-se que o conteúdo existe em imanencia até que seja manifestado pela junção deste com a expressão. Este conteúdo pode-se relacionar com o impulso lúdico que existe em cada um. A disposição lúdica é suscitada pelo belo, que é um estado de liberdade relativo ao mundo sensível humano. Nesse contexto, a dança como experiencia lúdica é um modo de existir.
Nas crianças o impulso lúdico está mais aflorado, pois elas ainda não foram “contaminadas” pelos tabus da sociedade. A medida que vamos crescendo a civilização corrompe nossa necessidade de expressão, fazendo com que o conteúdo exista dentro de cada um, muitas vezes sem coragem para se libertar. Por isso vejo muitas alunas com dificuldade de expressão quando dançam, pois embora possuam um sentimento forte e amem a dança, este sentimento fica “sem sentido” se não for libertado de dentro de cada uma. Se este sentimento não for verbalizado por meio da linguagem gestual expressiva temos o que se chama de “bailarina com cara de parede”. Parece engraçada a expressão, mas simboliza bem o sentimento “sentido!” mas “sem sentido” em que a bailarina toma para si o sentimento não conseguindo doá-lo ao externo.
Dessa forma, o objeto de estudo do ponto de vista da relação entre o conteúdo e expressão é o impulso lúdico para a dança. Para isso utilizei como base a teoria de Friedrich Schiller sobre o impulso lúdico assim como a teoria da semiótica francesa.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Universos da Arte

Olá a todos!
Gostaria de compartilhar com vocês minha leitura do livro Universos da Arte de Fayga Ostrower.
Nesse livro, Ostrower discursa, de maneira didática, os vários conceitos e elementos presentes para análise e elaboração do plano pictório.
O livro é, na verdade, um relato da experiência da autora ao ministrar um curso sobre artes visuais abrangendo os princípios básicos da linguagem visual e de análise crítica para operários de uma fábrica.
Assim, ela aborda questões importantes a serem consideradas para a leitura e para a elaboração de uma obra de arte, tais como os efeitos visuais, os aspectos técnicos expressivos e a vida do autor da obra apreciada.
Os elementos expressivos da linguagem visual são cinco: a linha, a cor, a luminosidade, a superfície, e o volume. Dentro desses elementos é interessante destacar: os contrastes, as orientações e direções espaciais e os centros geométrico X pictório.
Além disso, é nesse livro que irá aparecer a questão do “fato físico”. Segundo a autora: o artista só pode julgar seu trabalho, avaliar determinadas soluções, optar por alterá-las ou não, diante de ‘fatos físicos’. Quer dizer, ele precisa fazer antes de julgar, pois há sempre uma diferença entre aquilo que é imaginado e o fato concreto que se produz quando essa alguma coisa é realizada.
O livro é recheado de informações sobre diversas obras de arte e de seus respectivos autores (história de vida e análise crítica da obra) destacando Leonardo da Vinci, A última Ceia e Mona Lisa, pinturas; Vicent Van Gogh, Noite Estrelada, pintura; e Pablo Picasso, Mendigos a beira-mar, pintura.
Ao final do livro a autora também discute sobre os estilos – culturais e individuais – em sua seqüência histórica. São eles: Arte Pré-histórica; as Correntes Estilísticas – Naturalismo, Idealismo, Expressionismo, Tendências Surrealistas e Fantásticas; e Arte Contemporânea.
Encerro com o emocionante depoimento de Fayga aos operários quando afirma que eles demonstraram-lhe, por toda a atenção crescente em palavras e comportamento, que a arte continua sendo uma necessidade para os homens, caminho essencial de conhecimento e realização de vida.

Siane Paula de Araújo

Bolsista PMG Dança EEFFTO/UFMG


terça-feira, 28 de abril de 2009


Oi!Meu nome é Renata Flávia, sou aluna do curso de educação física da Universidade Federal De Minas Gerais (UFMG) e Integrante do grupo de dança experimental.
A relação entre homem e dança é muito interessante, por isso decidi escrever um pouco.
Dançar é se expressar, movimentar, sentir, tocar e isto não diz respeito ao feminino ou masculino, mas ao ser humano. Para Angelin Preljocaj:

A dança é uma arte de combate, por todos os lugares e em todas as posições. Desde pequeno você se debate – se você é um menino, precisa brigar com a família para dançar. Depois, com o olhar dos outros, que o enquadram num estereótipo. Então você se torna um bailarino e se dá conta que é... Menos do que um músico, menos do que um ator, um pintor, menos do que tudo.
A presença feminina na dança sempre foi mais aceita que a masculina em nossa sociedade. Segundo o livro “Universo do corpo” algumas pessoas acreditam que através do esporte o homem reafirma sua virilidade, sendo ele um construtor da masculinidade. Enquanto as meninas com sua fragilidade devem dançar construindo sua feminilidade.
Existem muitos preconceitos principalmente em ambientes escolares. Para alguns os meninos devem apresentar um comportamento masculino, ou seja, ter um bom desempenho nos esportes, ser brincalhão e bagunceiro. Aqueles que possuem boas notas e são cumpridores das tarefas de casa, muitas vezes, são suspeitos de homossexualidade.
O preconceito existente na sociedade aflige o corpo, causando uma série de sofrimentos e dificultando o acesso a muitas vivências.
É preciso afastar o modelo de sociedade preexistente, desconstruindo a ideia ultrapassada e preconceituosa na relação homem e dança.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

MUSICAL “UMA NOITE NA BROADWAY”: EXPERIMENTAÇÃO, ENSAIO E APRESENTAÇÃO


No segundo semestre de 2008, nosso grupo apresentou o Musical “Uma Noite na Broadway”, em parceria coma Escola de Música da UFMG. A parte de dança foi constituída por oficinas variadas que procuravam estimular a criatividade dos alunos envolvidos no projeto de forma a construírem coreografias em conjunto através da experimentação.

Para o grupo de dança experimental, a experiência foi riquíssima, pois trouxe novos desafios para o nosso trabalho. Precisávamos construir belas danças para um espetáculo que seria apresentado no teatro Sesiminas. Porém, durante as oficinas, ensaios e experimentações, encontramos diferentes corpos, danças e diferentes motivações, o que trouxe novas possibilidades de expressão e construção de dança durante os ensaios na escola de Educação Física da UFMG.

Enquanto desenvolvíamos as oficinas com movimentos básicos da dança contemporânea e danças de salão, estimulávamos e nos surpreendíamos com a experimentação. Ficamos satisfeitos com o envolvimento dos alunos no processo de construção coreográfica, porque observamos uma participação efetiva da grande maioria dos mesmos, mesmo quando tinham pouca ou quase nenhuma experiência com danças. Isso trouxe grande satisfação para o grupo, pois sempre ressaltávamos que o mais importante era o processo, e não o resultado.

Ao final dos ensaios, apresentamos o espetáculo no teatro Sesiminas com muita alegria, envolvimento e satisfação, porque pudemos mostrar ao público tudo o que construímos e aprendemos durante a construção do Musical.


Rodrigo Mattarelli

segunda-feira, 13 de abril de 2009


Oi!! Eu sou Carol Queiroga e participo do Grupo de estudos do Programa de Dança Experimental. Há dois anos comecei a frequentar a reunião do programa quando ouvi o termo criatividade se referindo à forma de configuração dos trabalhos coreográficos. Minha curiosidade de entender o que era essa qualidade tão valorizada pelos seres humanos me levou a ler o livro Criatividade e Processos de criação de autoria da Fayga Ostrower. A partir dessa leitura, comecei a entender que criação é um processo de necessidade humana que “nasce” com o surgimento do homem. Isso pode ser comprovado pelo trabalho feito em uma pedra lascada em que o homem primitivo molda-a para ter um objeto mais apropriado para caça, corte de carne e peles. A criatividade está presente nos diversos tipos de trabalho, incluindo as artes. Ela está em todas as formas de construção humana. Construção e não reprodução. Mas há vários fatores que determinam o processo de criação, ou seja, que determina de que maneira ele pode acontecer. Então, se você quer desvendar uma parcela desse mistério eis aqui uma sugestão de leitura. Criar é relacionar com adequação, como escreve Fayga. Aproveite suas observações e relacione, delimite, configure e crie!

terça-feira, 31 de março de 2009

A semiótica da dança, a educação de pessoas especiais
e o Programa de Dança Experimental:
uma relação interdisciplinar
Caroline Konzen Castro (PRODAEX/UFMG)



Desde o momento em que descobri a arte da dança percebi o potencial transformativo que esta proporciona às pessoas, potencial este que pode chegar a ser filosofia de vida, na concepção de ser algo que nos guia e dá segurança para lutar por aquilo que é importante para a evolução dos seres humanos. Desde então entrei para a vida da dança por completo, mesmo sabendo que ela já estava em mim desde o meu primeiro dia de existencia. A partir daí me conscientizei de que existe uma linguagem universal, a linguagem corporal, latente em todos os seres humanos e que fala mais do que a linguagem que já conhecia, a verbal. Comecei a pesquisar sobre a linguagem da dança e pude constatar que, assim como a linguagem verbal, ela possui signos comunicativos próprios. Também constatei que não há apenas um caminho a ser trilhado na pesquisa científica da linguagem gestual, pois diferentes áreas do conhecimento podem e estudam a linguagem, dada a sua complexidade e as diversas possibilidades de interpretação. Há várias teorias, terminologias e/ou podemos dizer diferentes correntes do pensamento que permitem uma “infinitude de leituras” do mesmo objeto de estudo. Para o meu objeto de estudo, a dança, escolhi a teoria da semiótica francesa, pois tem o texto como objeto de significação e se preocupa em estudar os mecanismos que o engendram, que o constituem como um todo significativo.
A escolha da dança como representante de um sistema semiótico se explica pelo fato de ela transmitir mensagens significativas entre os seres humanos. Para esta linha semiótica a dança é considerada uma linguagem que produz textos cujo sentido pode ser recuperado por uma análise que utiliza os mesmos parâmetros que seriam utilizados na análise de um texto verbal, introduzindo o objeto no campo dos estudos da linguagem.
Também escolhi a dança para uma pesquisa de como esta seria a chave libertadora de bloqueios e transtornos psíquicos, educacionais e corporais em pessoas com necessidades especiais. É uma pesquisa sobre a integração do excepsional com o mundo e com o próximo através da recuperação e do equilíbrio por meio do movimento. A escolha da dança neste trabalho se explica pelo fato de ela despertar os potenciais adormecidos no corpo quando ele, ao mover-se, se expressa numa linguagem não-verbal. Essa revelação de si- no mundo vai produzindo, ostensivamente, mudanças positivas, não apenas corporais mas também psíquicas. Em meio a esse turbilhão de projetos a serem concretizados, surgiu a oportunidade de participar do Programa de Dança Experimental que faz parte da Extensão Universitária da EEFFTO/UFMG. Essa oportunidade única seria o princípio para a integração entre a pesquisa da semiótica da dança com a pesquisa do melhoramento da educação para pessoas portadoras de necessidades especiais, tendo como escopo um estudo minucioso da comunicação corporal.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Minha Participação no Projeto Dança Experimental

Meu nome é Brisa, participo do Projeto Dança Experimental desde 2004. Retomei a pratica de dança no ano de 2004 quando me inscrevi no Projeto Dança Experimental.
Algo novo aconteceu porque houve uma reformulação de métodos de trabalho e movimentos, incluindo desfragmentação de toda técnica aprendida anteriormente, dando lugar a um novo trabalho corporal.
Novos contatos, ampliação de horizontes, novas expectativas e novas metas.
Desenvolvimento do processo criativo e uma mudança no modo de quem participa das oficinas de Dança, incluindo sociabilidade e ludicidade.
Agora temos um novo caminho a trilhar, com novos amigos, mais alegria e um programa para ser realizado que é: leitura de textos sobre dança, filmes e apresentações no decorrer do ano.

segunda-feira, 16 de março de 2009


Olá! Sou a Karol de Paula, participante do projeto de dança experimental da EEFFTO. Bem, gostaria de aproveitar este espaço para sugerir a vocês a leitura de um livro que eu acabei de ler, e que achei muito pertinente para todos os interessados no tema da expressividade. Este livro é do ator e diretor russo Constantin Stanilavski e se chama A construção da personagem. Mas não pensem que ele sirva apenas para atores. A sua abordagem profunda dos processos criativos é de interesse para toda a espécie humana!
Neste livro, Stanilavski, utilizando de uma estrutura romanesca, a partir de personagens fictícios, explicita os elementos para a formação de um Estado Criador Total. Através do hábito, do treino e do uso consciente da MENTE-VONTADE-SENTIMENTOS, o artista poderá trazer à tona o subconsciente (essência de todo potencial criativo) e dar corpo, voz e sentimentos autênticos ao papel.
Dentre as etapas de se viver um papel, o autor faz uma divisão entre dois aspectos: Estado Criador interno e Estado Criador Externo.
O meio de se buscar um estado interior envolve dentre outros, a imaginação e suas invenções, um senso de verdade, a memória afetiva, a sinceridade das emoções... O estado criador externo baseia-se por sua vez, no treinamento físico (através de danças, lutas, ginásticas), nos aspectos expressivos da voz, na plasticidade dos movimentos e outros. Todos esses elementos são detalhados ao longo do livro tanto no seu aspecto prático quanto teórico.
Dentre outros conceitos essenciais que Stanilavski aborda, estão o Superobjetivo (idéia central, essência de todo o trabalho criativo), a Linha Direta de Ação (espécie de seqüência fundamental de ações visando o superobjetivo), e o tempo-ritmo (uso de variações de tempo e ritmo para o despertar de estados interiores e sentimentos os mais diversos). Não caberia neste momento aprofundar nestes conceitos e tecer as suas relações. Mas fica então a dica de leitura!
Finalizo essa exposição com uma frase do Stanislavski que me parece bastante sóbria em relação ao fazer artístico:

Ame a arte em você e não você na arte!

Até mais!